sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Caçadores do Medo Beta: Epílogo

Acordo...
Fortes luzes sobre mim me fazem não conseguir focar em nada. Assim permaneço ao menos 2 minutos.
Quando finalmente consigo focar em algo percebo que meu corpo não responde. Olho para baixo e vejo algo terrível.
Meu corpo estava magro, como que desnutrido, com várias bolsas de soro sendo mantidas perto.
Mesmo assim aos poucos vou me levantando e olhando aquele lugar. Parecia um quarto de hospital, mas extremamente silencioso.
Consigo me levantar por completo e aos poucos ando cambaleando em direção a porta.
A ultrapasso e logo me deparo com um grande corredor, também vazio. Começo a andar e logo começo a sentir meus movimentos se tornando mais estabilizados, então acelero o passo.
Uma porta adiante. Abro-a cuidadosamente e só vejo um grande salão. O teto do salão era feito em vidro e logo percebo que é noite. Bem no meio do salão existe uma escrivaninha. Só percebo sua presença porque no meio do escuro havia uma pequena luminária em cima da pequena mesa.
Me aproximo cuidadosamente.
Em cima da mesa há um arquivo, a luminária e meus óculos.
Há uma cadeira perto com algo que parecia minha antiga farda.
Ouço um toque de um celular. Ele vem de uma gaveta da escrivaninha. Logo abro e pego o telefone. Nenhum número é mostrado no visor, mas o toque permanece lá. Logo toco na tela atendendo a chamada. Levo o telefone ao ouvido.
“Bem-vindo de volta Orion! Senti sua falta!” disse aquela voz feminina que me fez gelar a alma.



“Anna???”...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

#ZALGO 36: 100%

As coisas não aconteceram em uma velocidade que desse para explicar, na verdade eu não tive muito tempo para observar os outros trabalharem.
Logo que a luta começou, fiquei tonto e mais sangramentos aconteceram. Passei cerca de 2 minutos agachado esperando aquilo passar, quando Night gritou: “Vamos Master, não estamos com tempo pra isso!”. Ele estava certo, mais alguns minutos e tudo poderia estar perdido para o mundo.
Levantei quando ouvi aquele grunhido terrível, olhei para cima e logo vi que aquela gigante sombra negra estava criando forma, bom, qualquer que fosse meu destino, ia ser mostrado naquela hora. Night se aproximou rapidamente e perguntou se eu estava pronto. Não tive muita opção além de balançar a cabeça afirmativamente e o permitir me levantar. Rapidamente um feixe de luz surgiu diante de nós, o colisor estava ligado. Rapidamente um dos raios daquela sombra gigante foi lançado sobre o colisor, desestabilizando seu funcionamento. No que todos se afastaram pelo forte brilho, Jeff se desviou de sua luta pessoal e correu em direção ao colisor e a Dark. Ao perceber o perigo que a operação corria, Guurg mostrou seus nervos de aço. Correu de forma rápida e alcançou Jeff, este já a cerca de 2 metros de Dark. Foi quando graças ao problema de estabilidade no colisor, um pequeno portal se abriu entre Jeff e Dark, sugando Jeff rapidamente, o qual numa tentativa de se salvar, mas também no intuito de fazer uma ultima maldade, agarrou a camisa de Guurg o levando junto no portal.
Tudo foi muito rápido e logo sabia que sentiria falta do meu primeiro companheiro de caça, mas a vida é feita de escolhas e de alguma forma as dele o levaram a isso. Hora de fazer minha escolha.
Dark conseguiu estabilizar o colisor novamente. Nem um segundo a mais a perder. O tão famoso colisor de Hádrons, a salvação da terra e meu provável fim estava em seu estágio pleno e perfeito para uso. Apontado na direção de Zalgo e logo ligado começou a gerar um barulho ensurdecedor. Era minha hora.
Olhei ao redor e como num movimento do Slender Walking, tudo ficou lento. Calmamente em pouquíssimos segundos pude olhar meus companheiros. Tora Huntress, minha grande amiga, Red Midnight Huntress, minha amada irmã, Dark Hunter, o misterioso gênio da equipe e por fim Night Hunter, meu braço direito nas missões que estava ao meu lado naquele momento, balançando a cabeça para mim em sinal de afirmação.
Como num flash tudo voltou a velocidade normal. Night me ergueu, respirou fundo e realizou o arremesso. A sensação de voar é boa, mesmo quando é em direção a um monstro gigante que quer te matar.
Logo meu corpo alcançou o raio do colisor e estabilizou nele. Respirei fundo e mesmo sentindo o pior medo da minha vida e aquele gosto de sangue vindo na boca me concentrei. Como tudo começou. Juntei todo o fôlego que meus pulmões poderiam suportar e lancei o grito mais forte que eu poderia dar e que eu tinha dado em toda minha vida. Senti uma mudança na sensação do raio que me atingia pelas costas. Pude ver a forma do raio mudando e rapidamente um grande portal negro se abrindo dentro da mancha que seria o corpo de Zalgo. Minha vista começou a ficar turva.
A última coisa que vi foi aquela mancha negra desaparecendo.
A última coisa que ouvi foi uma mistura daquele grunhido  com alguém gritando algo como “corram”.


Bom acho que esse é o fim...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

#ZALGO 35: 99%

De volta a base, todos já estavam prontos, me olharam e perguntaram onde estive e por que meu semblante estava de repente tão abatido. Sorri para todos e disse que foi só uma caminhada longa pra desestressar. Fui a minha sala e fui colocar minha farda e senti uma estranha sensação como se fosse a última vez que a fosse vestir. Mesmo sem precisar, mas para não perder o costume, coloquei os óculos escuros na cara e saí ao encontro dos outros.
Red logo veio me apresentar oficialmente a novata da equipe. Eu olhei para ela e era Aika, mas logo a mesma me disse que a partir daquele momento seu nome seria Tora Huntress. Mesmo entendendo que era algo bom e um momento de descontração, não dei muita atenção.
Logo nos organizamos para sair. Seriamos divididos em 3 equipes:
Equipe 1: Tora e Red, com suas habilidades relacionadas a controle mental, seriam uma ótima oportunidade de infiltrar na instalação.
Equipe 2: Dark e Night, seriam a junção da força bruta para transportar o colisor com o conhecimento de saber todo o funcionamento e localização.
Equipe 3: Eu, isso mesmo, eu iria sozinho de volta ao Burnhills pra começar a dar um jeito nas coisas lá até que o resto dos caçadores chegasse.
Rapidamente saíram todos e eu permaneci. Fui novamente a minha sala e finalmente pude desabar. A carga extra de horas antes foi muito intensa e logo comecei a tossir e cuspir sangue. Aquela sensação terrível estava de volta, pelo menos dessa vez com um propósito.
Logo cheguei no Burnhills, mas não entrei. Como já havia feito antes fiquei na espreita na floresta. O único problema é que eu não sabia o quão poderoso Zalgo era e logo percebi alguns mini raios caindo dentro do Burnhills. Não demorou nem 2 minutos para algumas pessoas saírem de lá de dentro. Aparentemente eram funcionários, mas estavam todos com as orbitas dos olhos vazados e sorrisos macabros no rosto. Eles corriam bem em minha direção como se soubessem onde eu estava.
Não tive muita opção a não ser correr e enfrentar aquelas pessoas. Eram cerca de 5 pessoas, que avançavam como pessoas famintas a uma mesa com um banquete. Eles não lutavam, mas tentavam me imobilizar e sufocar. Logo percebi que eram paliativos para me impedir de chegar a Zalgo. Precisava então manter essas iscas ocupadas até que os caçadores chegassem e sobreviver.
Quase uma hora depois a equipe finalmente chegou. Dark passava de forma ágil algumas instruções para Night, enquanto o mesmo já preparava o Colisor de Hádrons para o disparo.
Logo um circulo se formou a meu redor me protegendo, o próprio Dark estava lá em posição de batalha.
Tudo pronto para o movimento final.
Foi quando ouvimos aquela risada asquerosa. Nos portões do Burnhills surge Jeff. Quando já ia me preparar para avançar nele, ouvi aquela voz familiar.
“Calma aí maninho, já faz tempo que eu te digo que esse aí é meu!”
Nos viramos para trás e nos deparamos com Guurg Hunter se aproximando com um sorriso no rosto. O desgraçado voltou na hora certa e ainda fez uma entrada triunfal.
Bem...

Todos já tinham seus pares, hora de começar o baile!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

#ZALGO 34: Carga Extra

Após aquela terrível visão, rapidamente fomos envolvidos pelos tentáculos do Slender Man e logo perdemos a consciência. Acordamos em nossa base novamente. Dark estava sentado numa cadeira nos aguardando acordar. Logo perguntamos os avanços que ele tinha conseguido fazer e a resposta foi relativamente satisfatória.
“Seguinte pessoal, nossa melhor alternativa será utilizar um Colisor de Hádrons para mandar Zalgo para uma outra dimensão, dependendo da freqüência ajustada dessa máquina especificamente, funcionaria mais como um buraco negro, sem volta e sem riscos para onde ele fosse. O nosso único problema é que precisamos da interferência para que esse buraco negro seja criado.” Falou Dark em um tom calmo.
Todos nos animamos, seria mais fácil que o esperado e sem riscos! Me adiantei a Dark e disse, vamos começar agora! Com apenas sua mão levantada como quem falasse para parar, entendi que tinha algum porém nesse plano. Sentei e balancei a cabeça para que ele continuasse a falar.
Retomando a palavra ele prosseguiu: “Quando falo que precisamos da interferência, seria uma carga total e máxima de interferência. A mais forte que alguém pudesse lançar. Para que isso aconteça a carga tem que ser centralizada e concentrada, o que significa que você Master, deverá ficar entre o colisor e Zalgo. A carga do colisor será lançada sobre você e com a interferência máxima ativada, seu corpo será o responsável por abrir o buraco negro. Os riscos aqui são variados. Você corre risco de não agüentar e morrer ou ser desintegrado, seu corpo pode ser arremessado para o buraco negro junto com Zalgo, entre outras coisas variadas...
Outro problema nosso é que o colisor por um acaso está dentro de uma das unidades da Fundação. Basicamente é isso que temos em mão. E só temos no máximo 2 dias antes que Zalgo se materialize por completo e ai não tenhamos mais o que fazer.”
O clima na sala ficou pesado. O silencio se manteve por quase um minuto. Antes que alguém ousasse passar por mim e colocar a mão no meu ombro e oferecer uma solução como “você não precisa fazer isso” ou mesmo um “podemos pensar em algo diferente”, me levantei, respirei fundo e falei: “Vamos, o que estamos esperando pra começar? Vocês por acaso não ouviram que só temos 2 dias?”.
Todos mesmo chocados obedeceram a ordem e começaram a organizar a invasão. Aproveitei a agitação e fui rapidamente falar com Dark. Cochichei algo em seu ouvido e apertei sua mão. Ele demonstrou mesmo que de forma implícita, certa apreensão, mas balançou a cabeça positivamente e foi ajudar os outros. Logo saí da base e fui em direção ao antigo hospital onde os proxys ficavam. Entrei e fui em direção ao salão onde haviam as reuniões. Slender estava lá parado como se estivesse esperando a minha visita.
“Vou precisar de uma carga extra...” disse olhando para ele e abrindo um sorriso no canto da boca.


Aquele ruído começou a surgir no meu ouvido...

sábado, 22 de novembro de 2014

#PROXY 33: Reunião de família

No meio do caminho Red despertou. Demos uma rápida parada para descansar o corpo e nos recuperarmos antes da verdadeira batalha.
Nossa entrada foi em grande estilo para avisar que tínhamos chegado.
Night derrubou a porta de entrada da Fundação enquanto Red e eu derrubávamos os soldados com interferência.
Agora com a devida atenção dada, fomos recepcionados pelo presidente da SCP. Com a mesma calma com a qual fui expulso de lá ele me disse que era bom me ver de novo. Avisei que os Caçadores estavam de volta para derrubar a Fundação e terminar com o mal. Minha doce ilusão foi quebrada quando o presidente riu e disse que o mal verdadeiro estava sendo despertado enquanto perdíamos nosso tempo lá. “Piedosamente” ele nos disse para irmos ao Burhills, onde o real espetáculo aconteceria.
Sem parar para mais conversa demos as costas e corremos. Ainda pude ouvir o presidente gritar algo como “mande um abraço pro meu filho quando chegarem lá!”.
Após algum tempo chegamos ao Burnhills e logo entramos. Deixei Red e Night vasculhando o lugar e fui a minha antiga cela procurar Landaw. Nenhum sinal dela. Como era nosso costume virei a cama para olhar embaixo. Lá estava o recado dela:
“Orion, fui liberta daqui, não perca seu tempo procurando por mim. Salve Anna, ela é a chave.”
Após ler isso ouvi aquela risada sarcástica do Jeff. Rapidamente corri para o salão principal e me deparei com Jeff. Aika estava já solta e junto a Red e Night. Ao passar por ele, fui avisado que Jeff tinha uma refém.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a refém era Anna. Jeff me olhou nos olhos enquanto segurava ela pelos cabelos com a faca posicionada em seu pescoço. Com aquele riso sinistro no rosto perguntou: “Papai mandou lembranças para mim?”
Naquele momento tudo fez sentido. Jeff sempre escapava impune pois o presidente era seu pai. Por isso ele me encontrou tão facilmente quando retornei para casa. Desde o começo eu estava sendo manipulado e afastado do foco do problema para que não atrapalhasse o plano final.
Jeff olhou para Anna e perguntou se ela queria dizer algo antes do Grand Finalle. Ela mesmo com o olhar triste me olhou profundamente nos olhos. Aquele mesmo olhar que nos tínhamos um com o outro desde o começo em que sem palavras, nos entendíamos. Foi a última vez que tive aquele olhar.
Anna sorriu.
Jeff sem pensar deslizou sua navalha no pescoço de Anna, matando-a e gargalhando. Aquela foi a ferida mais profunda que alguém poderia me causar naquele momento.
Em câmera lenta vi seu corpo cair ao chão desfalecido e seu sangue se espalhar por sulcos no chão do salão que ao serem preenchidos formaram um símbolo.
Num instante uma estranha escuridão começou a tomar a sala. Alertei a todos que corressem para fora dali. Ao chegarmos nos portões Slender apareceu novamente.
Já em fúria perguntei o que ele queria dessa vez, que se quisesse me matar podia, pra mim já não fazia diferença. Nesse momento tive outra visão por ele.
Vi vários trechos da minha infância, adolescência e até o começo da minha juventude. Finalmente tinha entendido. Slender Man tinha me escolhido e a minha irmã e nos protegido desde crianças. Éramos as crias mais importantes dele.
O céu estava negro, trovões e ventania se concentravam em cima do Burnhills. Todos os pontos colidiram. Todas as relíquias dos Holders estavam sendo tomadas uma a uma. Anna não era só mais uma paciente lá. Ela era a última holder. O que significava que com todos os objetos reunidos o real problema tinha começado.
Vozes graves e ritmadas como num ritual ecoavam pelo céu.
HE COMES
HE COMES
HE COMES
Pouco a pouco aquela sombra negra e gigantesca começou a surgir no céu.
O maior adversário que eu poderia ter, tinha se tornado real.

Zalgo estava perante os Caçadores do Medo.

#PROXY 32: A Máquina de guerra

Acordei em frente a base dos Caçadores. Slender tinha me deixado lá? Estranho comportamento dele mas na situação atual era hora de aproveitar a boa ação do homem sem face. Entrei na base e todos vieram me receber. Logo que viram meu braço sangrando se assustaram, mas fiz questão de deixar claro que estava bem, e que tínhamos outras prioridades mais urgentes. Falei tudo que tinha ocorrido, desde minha prisão até a captura de Aika por parte de Jeff.
Logo estávamos todos prontos para ir a caça. Só não esperávamos que a caça viesse até nós tão rápido. Ao sairmos da base nos deparamos com Mercenário em pé nos olhando. Dark me olhou e num instante desapareceu na sombra da floresta. Night e Red não foram tão rápidos. Queria alertá-los do perigo, mas eles foram em direção ao inimigo. Ele lançou uma forte interferência em minha direção que derrubou meus companheiros e me lançou longe.
Com o braço comprometido e agora a cabeça batida numa árvore que “amorteceu” minha queda, minha visão se tornara turva. Num impulso de proteger o líder, Night correu em minha direção para prestar socorro. Ao ver a deixa, Mercenário foi avançar com um ataque nele. Red rapidamente se colocou em frente a ele para proteger Night. Boa intenção, terrível decisão. Mercenário não possuía escrúpulos algum e não diferenciava Red como adversário por ser mulher. Na verdade ele parecia mais estimulado a lutar por ela ser mulher.
Red tomou a dianteira e avançou de forma rápida com socos e chutes. Sua mecha parecia brilhar um vermelho intenso que se refletia em seu olhar enquanto ela batia em Mercenário. Por um instante achei que ela seria o suficiente para derrubá-lo, então não me importei de ser ajudado por Night. Outra péssima decisão. Ele de forma covarde tirou o capuz e a máscara revelando a face semelhante a minha. Red hesitou, e na deixa dela Mercenário revelou sua verdadeira força. Ele começou por um soco em sua barriga. No impulso de se curvar, Red abriu a guarda. Ele se aproveitou e a ergueu pelos cabelos e logo a puxou para si acertando-a em cheio na face com seu joelho esquerdo. Night já estava me segurando pelo braço quando vimos a seqüência de golpes mais brutais contra uma mulher acontecer. Eu pude sentir Night apertar meu braço. Ele estava no auge da tensão. Sem perder tempo falei para que ele me arremessasse contra Mercenário e fosse resgatar Red. Em seu estado de mente normal ele me questionaria, mas dessa vez nem esperou 2 segundos e já realizou o arremesso. A essa altura a dor do impacto foi nula perto da sensação de ter aquele monstro afastado da minha irmã.
Lembro de ver Night olhando para cima e gritando, enquanto estava ajoelhado no chão com Red em seus braços desacordada. O vermelho de seus cabelos se misturava com o sangue que derramava por suas feridas. Mercenário me levantou e me olhou nos olhos. Rindo perguntou se aquilo era o melhor que eu tinha guardado. Sua risada foi quebrada quando eu gargalhei, olhei em seus olhos e disse: “Aquela é minha irmã, seu verme, e quanto a minha melhor arma? Você acabou de ligar ela...”
Lembro de ter sido largado no chão enquanto Mercenário se virava para olhar para Night, o qual já estava com o punho enterrado na face de seu alvo. Finalmente entendi o porque de Night ter sido um dos escolhidos na SCP e o porque de ter sido meu treinador. Ele era uma máquina, literalmente. Partes do seu corpo eram robóticas e muito fortes. Ele não deu uma brecha sequer para que Mercenário reagisse ou mesmo pensasse. A violência e a força que ele usou contra Red foram usadas 3 vezes mais fortes contra ele. Me levantei e segurei minhas têmporas e olhei para Night. Ele parou um segundo e olhou para Mercenário. Este só conseguia se manter em pé e nada além. Night o ergueu e com um soco o arremessou em minha direção. Me concentrei e com toda minha força lancei uma carga de interferência contra o corpo que se aproximava de mim. Pude ver Mercenário se desintegrar e sumir antes mesmo de encostar em mim.
Era o fim de mais um vilão.
Precisávamos seguir em frente e nos dirigimos a sede da SCP. Eu com o braço sangrando e Night carregando Red em suas costas.

Uma péssima sensação tomava meu coração ao pensar em retornar ao meu “lar”.

#PROXY 31: Amigo ou Inimigo?

Assustado logo a larguei e me levantei. Não tinha reação para esse tipo de situação, até porque já tinha gostado de Aika, mas depois de conhecer Anna tudo tinha mudado. Ela me olhou de forma estranha, e de tão assustado com a notícia nem percebi que ela tinha vasculhado toda minha memória em instantes. Ela também se levantou e logo começou a fazer muitas perguntas que logo foram caladas quando perplexo perguntei: “Aika, você ta apaixonada por mim?”.
Ela se afastou e ameaçou correr, mas ela já tinha visto o que eu podia fazer e parou. Ela voltou a me encarar e sorriu. Seu olhar dizia tudo. Ela não era a única estranha ali. Na verdade naquele momento ela era a menos estranha. Começou a chover forte. O clima era ideal para uma cena romântica.
Seria até Aika começar a ter um sangramento nasal e cair ao chão desmaiada. O som da interferência tão familiar veio aos meus ouvidos. Liberei um pouco da minha para anulá-la. A 20 metros de mim estava ele, Slender Man, mesmo sem face ou expressão, podia sentir fúria transparecendo dele. Num instante tive uma visão. Pude ver diante dos meus olhos a cena de Mercenário em luta com os proxys. Logo me lembrei que foi no momento em que resgatei Red. A visão era brutal. Tudo aquilo que eu sentia de ruim estava personificado em Mercenário e sem limites. Mesmo não gostando dos proxys e holloweds fiquei chocado com o que via. Mercenário os matou um a um. Podia sentir durante a visão a fúria que Slender transmitia. Naquele momento meu pensamento foi nas nuvens e finalmente entendi como as missões eram passadas aos proxys. Naquele momento Slender já avançou com todas as forças sobre mim. Sem entender o que estava acontecendo comecei a recuar e desviar. Seus inúmeros tentáculos avançavam em pontos como coração e cérebro. Ele estava em sua forma mais mortal. Eu não sobreviveria nem mais 5 minutos naquela luta. Minha cabeça estava preocupada demais com Aika. Num momento de descuido fui olhar Aika se levantando, ela me olhou e gritou. Senti aquela forte pontada em meu braço direito. Olhe e vi um tentáculo atravessando-o e o prendendo, Slender se aproximava.
Como fui ser tão estúpido? Só naquele momento entendi que Slender me atacava com tanto ódio porque viu Mercenário matar seus subordinados. O problema é que Mercenário e eu tínhamos a mesma cara. Ele estava achando que fui eu. O acompanhei se aproximar vagarosamente em passos pesados e preparar sua mão como quem iria atravessar alguém com uma lamina. Quando ele ergueu a mão para atacar e veio lancei um soco em direção a sua cabeça. Naquele momento ambos paramos antes de finalizar o movimento. Eu precisava tentar mostrar a ele a verdade. Comecei a imaginar a cena real e lancei uma interferência. Aparentemente funcionou pois após a cena ele se afastou e me largou.
Fiquei o olhando e ele parado em frente a mim. Senti um ar de paz entre nós (embora isso soe muito estranho). A paz foi quebrada com o grito de Aika. Ambos nos viramos para ela e vimos aquela criatura sombria a segurando com sua faca preparada parar cortar seu pescoço e aquele sorriso sádico pronto para se alimentar do horror dos outros.

Num movimento inesperado, Slender me prendeu por um dos tentáculos e então desaparecemos...

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

#PROXY 30: É possível amar, quando se é um monstro?

“E então meses se passaram, derrotei escondido de Aika os vilões um a um, deixei ela em segurança e retornei aos Caçadores sem problema algum...”
Ah, eu queria ter acordado meses depois de minha prisão e dizer isso, mas não, tudo comigo precisa de um toque de complicação.
Aika já estava morando comigo há uns dias. Tive que ficar em um hotel de estrada com ela no mesmo quarto. Já faziam dias que eu não dormia. Uma piscada mais demorada e ela estava lá, invadindo minha mente. Os dias pareciam uma eternidade. Ainda que nós conversássemos muito e ríssemos o dia todo, ela estava pronta pra me “ler” a qualquer segundo.
Mais do que ninguém, eu conhecia Aika e sabia do seu lado mais obscuro. O lado de quem sofria calada e não se abria absolutamente com ninguém. Esses últimos dias ela vinha agindo diferente comigo. Mesmo so tendo a mim por dias para conversar, cada vez menos ela falava. Era como se aquele lado negro dela estivesse presente, mesmo comigo vendo aquilo.
Ela no geral não transparecia esse lado para ninguém. Apenas quando estava sozinha, é que esse lado aparecia. Era quando ela demonstrava suas fraquezas. Até comigo ela escondia isso, mesmo eu sabendo da existência desse lado.
Acordei um certo dia com a pior angústia que pude sentir. Era uma sensação tão ruim quanto aquela que senti quando passei pelo simulador da escadaria do SCP-87. Acordei desnorteado, olhei para o lado e vi Aika dormindo. Decidi sair. Ela vai ficar furiosa comigo, mas eu aguento. Preciso de ar, respirar um pouco em paz.
Ainda é cedo. Tomo um banho e ponho uma roupa qualquer. Ligo a televisão para ver o noticiário. Estranhas coisas estavam acontecendo. Mortes outros eventos estavam ficando mais frequentes, mas o pior de tudo é que avaliando estavam vindo de pontos diferentes e se direcionando a minha cidade. Parecia uma grande ironia: Jeff, Slender e os proxys, Mercenário e a SCP, meus quatro piores inimigos, cada um vindo de um ponto diferente em direção a minha cidade. Em um desenho isso formaria o símbolo do Caçadores do Medo. Nesse momento entendi que eu precisava resolver tudo antes que fosse tarde demais.
Quando me toquei, Aika já tinha acordado e estava com uma cara assustada para a televisão. Me olhou e perguntou onde eu pensava em ir. Respondi que só iria andar um pouco. Ela disse que iria comigo, que eu precisaria de escolta com tantos criminosos a solta. Insisti para que ela me deixasse um pouco só, mas ela disse que não era uma opção.
Começamos a andar pelos arredores do hotel, saímos para o parque. Nos divertimos. Em certo momento peguei suas mão e a olhei nos olhos.
“Aika, você viu o noticiário. Uma onda de crimes e situações não comuns estão se aproximando da cidade. Eu sei que você está cumprindo seu dever, mas você sabe que eu estou envolvido com essa situação do Jeff e ele não vai perdoar ninguém que esteja ao meu redor. Por favor saia da cidade agora de manhã ainda. Deixe-me lidar com isso só. Ao menos dessa vez me dê ouvidos. O que vêm aí...” estava falando quando ela me interrompeu colocando o dedo em minha boca, me calando.
Fiquei esperando que ela fosse falar algo, mas o silencio foi minha resposta. Ficamos nos olhando alguns segundos. Me perdi em seu olhar, quando ela pronunciou aquela palavra que me gelou o coração e me fez voltar a realidade.
“MASTER...o que isso significa?” disse ela com cara de dúvida e curiosidade.
Não me contive e explodi com ela. Disse que ela não podia ficar vasculhando minha mente daquela forma. Aquilo já tinha passado do limite e estourado minha paciência. Que ela já estava se tornando uma pessoa paranoica e que não aguentava mais passar um segundo ao lado dela.
Descontei meu nervosismo, sem querer, nela. Ela travou. Retirou as mãos de cima das minhas, pegou sua bolsa e saiu. Não fiz força de ir atrás dela. Queria muito aproveitar a brecha e voltar a base, mas poderia estar sendo observado.
Voltei ao hotel. Fiquei até o anoitecer. Resolvi sair do quarto. Era hora de enfrentar algum dos perigos.
Após muito rodar pelas florestas, começou a chover fortemente. Cheguei a uma casa abandonada. Logo entrei de forma silenciosa e fui vasculhando o ambiente. Logo me deparo um um barulho no andar de cima. Quando começo a correr vejo alguém se lançando pela janela do 1° andar para fora da casa e tentar correr. Com um pouco de Slender Walking rapidamente derrubei quem fosse no chão. Quando olhei, era Aika, chorando e me esmurrando para que a soltasse. Eu estava vendo ela no seu estado mais vulnerável. Do nada um forte trovão soa muito próximo a nós. Com o susto nossas habilidades foram ativadas ao mesmo tempo. Do nada consegui ler a mente dela e vi algo que era pior que ter que enfrentar 4 grupos diferentes de vilões.

Aika estava apaixonada por mim...

#PROXY 29: Aika, a leitora de mentes

Aika não era uma pessoa qualquer. Quando pequenos e estávamos brincando ela sempre sabia onde eu estava. Sempre adivinhava qual número eu pensava, sabia minhas próximas jogadas. Eu sabia que ela sabia tudo que eu iria fazer e de certa forma aprendi a bloquear ela. Sempre que eu via que ela se concentrando para me “ler”, eu só precisava pensar em uma parede, nuvem, escuridão, qualquer coisa que criasse uma barreira para o que ela queria.
Ela havia mudado muito, mas aqueles olhos eu conhecia de longe. Por mais que eu tivesse me concentrado em não esboçar mais surpresa que minha cara já entregava, ela não fez questão de esconder a surpresa.
“Orion? É você? Oh my God, quanto tempo!” disse ela esquecendo a situação em que estávamos por alguns instantes. Após isso ela se recompôs e retornou a seriedade.
Acenei com as mãos algemadas e uma cara de vergonha pela forma como estava. Aparentemente, Aika tinha grande influencia na polícia e logo ordenou que as algemas fossem retiradas e que eu a acompanhasse até sua sala.
Lá ela perguntou como eu tinha ido parar lá. Envergonhado expliquei tudo que havia acontecido. Das mortes, do Jeff. Acima de tudo não podia falar para ela sobre o Slender, os proxys e o Caçadores do Medo. Ela me ouvia e logo percebi aquela cara de quem ia tentar ler minha mente. Logo pensei numa parede. Fiquei em silencio olhando para a cara dela até ela desistir.
Ela riu, disse que não era tão ruim quanto antigamente, me parabenizou por lembrar como bloqueá-la e logo ficando séria perguntou o significado de um circulo com quatro setas apontadas para dentro. Como? Ela conseguiu ver o símbolo do Caçadores. Ela realmente estava mais forte. Disse a ela que não tentasse ir adiante daquele símbolo e que confiasse em mim ao menos quanto a isso. Aparentemente só agucei a vontade dela de ir a diante. Como uma investigadora profissional ela disse que daquele momento em diante estaria 24 horas do dia colada em mim.
Isso significava que eu teria que a vigiar o tempo todo e não poderia retornar a base nem tão cedo. Por outro lado, também teria que a proteger de tudo que fosse me perseguir nesses dias.
Eu estava cada vez mais encurralado nessa dimensão...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

#PROXY 28: Burnhills, tão perto, tão longe

Night me olhou desconfiado e logo saiu de perto. Dark de longe já fazia ideia do que vinha. Ela acordou e logo foi apresentada aos outros da equipe. Night desde que soube do parentesco adotava uma postura quase militar quando eu estava por perto. Acho que foram aproximadamente 5 dias de relaxamento. Conversávamos como se já nos conhecêssemos anos atrás. Éramos pessoas normais. Red estava sempre conversando com Night e o mesmo parecia uma estátua. Eu e Dark riamos muito dessas cenas. Num momento de descontração lembrei-me de perguntar a Dark, qual hospício eles tinham visitado. Dark parou em seriedade e me olhou. Ele em tom de quem havia cometido um erro terrível me falou. O hospício que eles haviam estado era o BurnHills.
Num salto da cadeira, olhei para ele assustado. Na verdade estava tão surpreso e assustado que terminei soltando uma pequena carga de interferência. Red segurou minha mão e logo me recompus. Lá estavam Anna e Landaw. Precisava salvá-las. Quando anunciei minha ida ao hospício, todos se animaram. Levantaram-se e foram arrumar seus equipamentos, mas logo gritei. Todos me olharam sem entender. Com calma então disse que eu iria só. Além de Mercenário e Jeff, a SCP poderia estar lá. Era uma missão de um homem só. Passei por Dark e falei em seu ouvido para ficar de olho nas noticias, para saber se algo seria externado. Passei por Red e depositei um beijo em sua testa. Prometi que voltaria logo. Passei por Night e o abracei. Com ele próximo falei para cuidar de Red. Ele novamente corou mas respondeu com um “Sim Senhor!”.
Logo saí da base. Em algumas horas estava me aproximando do terreno do Burnhills. Precisava ser discreto. Passei algumas horas observando o movimento até o anoitecer. Decidi que era a hora de entrar. Sutilmente me aproximei do portão. Já estava pronto para pulá-lo quando aquelas luzes se acenderam em minha direção. Uma voz num megafone mandava eu me render. Se eu agisse agora seria pior. Levantei os braços e ajoelhei. Logo fui empurrado para uma viatura e levado para algum lugar. Por estar vendado, não consegui identificar onde estava exatamente, mas parecia  uma sala de interrogatório. Logo um senhor entrou na sala e me olhou.
“Como você não quer ser encarado como assassino de sua família, se fugiu desse jeito?” disse o detetive.
Nesse momento me recordei que eu estava sob observação, quando lutei com Jeff e acabei me unindo aos proxys. Nesse momento a porta da sala se abriu. Quando aquela pessoa entrou, ficou tão assustada e surpresa quanto eu.

“Orion, é você mesmo?” disse Aika, minha melhor amiga desde que era pequeno e uma pessoa que eu tinha que ter todo cuidado do mundo para não descobrir a verdade.