sexta-feira, 13 de setembro de 2013

# relato 9: Só um servo

Já havia se passado uma semana desde o ocorrido.
Não houve um único dia em que meu corpo inteiro não doesse, nem que minha cabeça ficasse formando aquele símbolo em tudo que eu olhava.
O que estava errado comigo. O que eles estavam tentando fazer comigo? O que havia sido aquilo que me arremessara tão longe?

Guurg e Anna vieram me visitar algumas vezes, Anna era melhor em camuflar sentimentos, mas Guurg tinha nítido em sua cara a preocupação. A pessoa que o tinha trazido até aqui, agora estava impossibilitado de o dar acompanhamento.
Um dos médicos da Fundação veio me avisar que eu passaria por uma bateria de exames e me dariam alguma resposta.
Mais dois dias de espera. Dessa vez as dores diminuíram consideravelmente, em compensação meus olhos queimavam.
Os resultados finalmente chegaram.
Realmente eu tinha a habilidade dos proxys , e sua doença também me acompanhava. O fato de ter esforçado meu corpo com uma habilidade de Proxy também tinha agravado momentaneamente os sintomas da doença.
Eu teria que acostumar meu corpo até que esses sintomas reduzam, ou que eu me acostume com eles. Afinal se um esforço de meio segundo me deixou uma semana de cama, nem quero imaginar o que pode me acontecer se eu tentar usar por mais tempo.

No fim eu era só um servo dele. O Slender podia não ter controle sobre minha mente, mas meu corpo estava sujeito a sua doença. Pensando melhor agora, o que eu fiz durante o exercício se compara ao meu primeiro encontro com aquela criatura. O que mais seria eu capaz de fazer igual a ele?
Pra completar acharam mais um inconveniente: a minha interferência era diferente, ela se acumulava no meu corpo e periodicamente eu teria que “libera-la” senão as consequências a meu corpo poderiam ser mortais.
Se eu usasse, ficava passando mal, se eu não usasse poderia até morrer.

Antes que minha cabeça pudesse gerar mais ideias (ou dores) o agente que supervisionava a divisão Caçadores do Medo veio me retirar do quarto pra me enviar a minha próxima missão!
Ainda bem. O ruim dessa missão é que não deixaram o Guurg ir comigo, disseram que essa era solo e que ele estaria atarefado demais. Na verdade nem me deixaram o ver antes de sair. O resumo da missão me foi entregue, mas confesso que a ansiedade em sair daquela cama me fez esquecer de lê-lo.
Fui deixado próximo a uma mansão, muito bonita, próxima a uma floresta. Tratei de me situar logo na varanda do 1º andar. A casa estava sem energia, mas tenho certeza de ter passado por sangue em vários pontos dela.
Quando eu já ia começar a fuçar os arquivos do resumo ouvi um barulho. Era uma porta sendo empurrada, pela altura acho que ela deve ter sido derrubada.
Ouvi então aquele grunhido que penetrou meus ouvidos e mente causando um calafrio. Senti um aperto no peito.
Abri rapidamente o arquivo só para conseguir enxergar o nome B.O.B.

Me virei para trás quando...

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